terça-feira, 23 de outubro de 2012

Falta de atenção ou excesso de obrigações?


   Crítica Exposta   



  A morte de D. Ilda Vitor Maciel, 88 anos, que ocorreu dia oito de outubro causada por erro médico de uma técnica  de enfermagem têm causado muito tumulto entre os cidadãos e a mídia regional, fazendo surgir receio em relação ao sistema de saúde pública. O erro ocorreu dia sete de outubro, quando a enfermeira responsável injetou no soro a sopa que deveria ser aplicada na sonda.
  A Santa Casa Admite que o erro tenha ocorrido, porém nega que a falha tenha ocasionado a morte de Ilda Maciel. O próprio IML após exames primários confessou que a causa da morte era indeterminada. A entidade pública afirma que a sopa não teria provocado crises convulsivas na paciente. Provavelmente a enfermeira confusa tenha trocado o medicamento pela sopa e aplicado em pequena dose (O que não é nada duvidoso, já que os frascos de soluções medicamentosas e de alimentos não possuem características que os diferenciem). Se a sopa houvesse sido aplicada completamente, um trombo seria formado no organismo da paciente, prejudicando os pulmões e em consequência aconteceria uma parada cardiorrespiratória. Porém não foi o ocorrido. Horas após a aplicação a senhora sofreu convulsões o que é natural acontecer em vítimas de AVC.

  O caso é realmente grotesco e a falha é no minimo inaceitável. a enfermeira realmente cometeu cometeu o erro, o que não deveria acontecer em hipótese alguma , más antes que comecem a atirar fogo vamos analisar alguns fatores.
  Aos plantões de domingo a Santa Casa conta apenas com três técnicos em enfermagem os quais têm a responsabilidade de atender 200 leitos. Esses pobres profissionais em um tremendo esforço são obrigados a dar conta dessa grande quantidade de doentes, sem contar os médicos que os solicitam a todo momento e também os acompanhantes que de tempo em tempo estão lhes cobrando informação e explicação sobre pacientes ali internados. É sobre toda essa pressão que esses profissionais tem que trabalhar, sempre com atenção continua, onde o minimo descuido pode acarretar a morte de alguém. Sob toda essa tensão torna-se difícil não acontecer alguma falha.
 A melhor solução para o problema seria a contratação de mais profissionais e a diminuição  da carga horaria. Os profissionais da saúde em Barra Mansa enfrentam uma carga de 40 horas semanais o que pode ser maior quando a falta de contratados nos hospitais.
  O código de Deontologia (conjunto de regras de natureza ética da medicina) prevê mais enfermeiros graduados nos plantões. A norma de Biosegurança desse código indica a necessidade de um enfermeiro para cada plantão  e setor, o que geralmente não acontece. Apenas um enfermeiro plantonista fica responsável por mais de um setor e até do hospital inteiro.
  Mas agora? quem é realmente o culpado? A enfermeira sobrecarregada ou a instituição pública que não lhe oferece as condições de trabalho necessárias?

Júnior Félix de Macedo

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