domingo, 24 de fevereiro de 2013

Reciclagem, o seu lixo tem valor


                                                                                                             




 O Brasil perde cerca de R$ 8 bilhões/ano por deixar de reciclar os resíduos. Nos últimos anos, o volume de lixo urbano reciclado no país aumentou. Entre 2003 e 2008, passou de 5 milhões de toneladas para 7,1 milhões, equivalente a 13% dos resíduos gerados nas cidades, segundo os dados do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre). 

 O alumínio é campeão de reciclagem no país, com índice de 90%, segundo os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável de 2010 do IBGE. Isso se deve ao alto valor de sua sucata, associado ao elevado valor gasto de energia necessário para a produção de alumínio metálico.



Curitiba, uma das cidades que mais recicla

 Uma das cidades do Brasil que mais recicla e vem investindo muito neste tipo de trabalho é a cidade de Curitiba, PR. A cidade tem duas iniciativas públicas para coletar materiais: o Lixo que Não é Lixo, em que caminhões recolhem detritos que são reaproveitáveis em toda a cidade três vezes por semana, e o Cambio Verde, que troca lixo por alimentos. 

 Em 2011 foram coletadas na cidade 29.619 toneladas de resíduos recicláveis, incluindo o trabalho de catadores informais. Enquanto a coleta de lixo comum aumentou 28% nos últimos sete anos, a de lixo reciclável aumentou 200%. "De todo o lixo gerado, 22% vão para a reciclagem" explica Edélcio Marques dos Reis, diretor do Departamento de Limpeza Pública da Secretaria de Meio Ambiente de Curitiba. "Se considerarmos apenas o lixo domiciliar, estaríamos na casa dos 30%". 

 O programa Lixo que Não é Lixo existe desde 1989, e o envolvimento da população é grande, embora a prefeitura não tenha indicadores do percentual de casas em que o lixo é separado. Caminhões-baú passam tocando o sino e recolhendo materiais recicláveis. Já o programa Câmbio Verde começou em 1991 e tem 90 pontos de troca, com participação mensal média de 7.259 pessoas, que recebem 77,5 toneladas de alimento e entregam 310 toneladas de resíduos recicláveis.

 Todo o material recolhido é encaminhado à Usina de Valorização de Rejeitos, administrada pelo Instituto Pró-Cidadania de Curitiba. Depois de separados, os materiais são vendidos para indústrias que os utilizam como matéria-prima.
 A renda é revertida para ações sociais. O papel é campeão de separação, com 37% de todo o lixo reciclável que vai para a usina - 23% são plásticos; 20% são vidros; 14%, metais e 4% do tipo longa vida. Estima-se que os catadores de papel retirem das ruas da cidade cerca de 370 toneladas de lixo reciclável por dia, movimentando R$ 780 mil por mês. 



Exemplos de países da Europa

 Alguns países da Europa, como a Inglaterra, já perceberam a importância da reciclagem para o meio ambiente e economia do país. 

 A prefeitura de Londres está ganhando dinheiro com o lixo que a população recicla. De baterias usadas a fita cassete, tudo que não serve mais se transforma em lucro. 

Não é baldio, mas é um terreno e está à disposição de todo e qualquer tipo de lixo. Esse é considerado um dos símbolos da sociedade moderna, um centro de reciclagem. Tudo separadinho, tudo organizado. Cada morador leva seu próprio entulho e uma placa informa onde descarregar o carro. 

 As administrações regionais usam o lucro para manter a coleta do lixo comum, de casa em casa. Com o troco ainda pagam serviços sociais, como iluminação pública, transporte escolar e assim por diante. "O mais importante é que não estamos mais sujando tanto o meio ambiente", diz o usuário do sistema. 

 O administrador de um dos 15 centros de reciclagem da capital britânica acha que este é um bom exemplo para países em desenvolvimento como o Brasil. "No começo teve gente que achou ruim ter que vir até aqui. Queriam que coletássemos em casa, como fazemos com o lixo de cozinha. Mas com o tempo as pessoas aprenderam que isso é bom para todos", afirma.

Aqui no Brasil, uma pesquisa do Ibope também mostrou uma contradição. Enquanto 92% dos entrevistados disseram que a separação do lixo reciclável é uma obrigação da sociedade, só 71% admitiram fazer isso em casa.




Fonte: Eco 4 U

              O Globo

              G1

                                                                                                             

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